O atabaque é um tambor usado nas festas religiosas dos negros de origem jeje-nagô e banto.
Também, nos candomblés sincréticos onde entra o elemento ameríndio mais conhecido como “Candomblé de Caboclo”, tal instrumento de percussão faz parte do ritual. Apenas os malês, negros arabizados e que professavam a religião mulçumana não adotavam o uso do atabaque.
Apresenta o atabaque a forma de um cone bastante comprido em relação ao diâmetro, medindo cerca de vinte a›vinte e cinco centímetros na parte superior e de dez a quinze na parte oposta, que se apoia sobre o chão. E, segundo o seu tamanho, recebe em ordem decrescente os nomes, de RUN, CONTRA-RUN, RUMPI E LÉ.
Informam os descendentes de africanos, que os atabaques, antigamente, eram feitos de cerâmica. Depois passaram a ser fabricados com o tronco ocado dos coqueiros e palmeiras e, mais tarde, foi utilizada na sua fabricação a madeira da gameleira (árvore sagrada que adoravam e adoram sob o nome de Iôko ou rôko-irôko). O couro para a percussão, ainda segundo a informação era preparado com a pele dos animais sacrificados nas oferendas aos orixás, excetuando-se o carneiro. Hoje, essa tradição não é mais seguida a rigor. O Run é o maior dos atabaques, alcançando às vezes o comprimento de metro e meio, medindo o Lé, o menor deles de 50 a 70 centímetros.
Os atabaques são percutidos com pequenas varetas de madeira forte, conhecidas pelo nome de agdavi, ou simplesmente, ainda tocados com batidas dos dedos e das mãos. Cada orixá tem o seu toque específico.
Assim, Xangô é recebido com o Alujá; Oxosse com o Aguerê; Obaluaiê com o Opanijé; Oxalá com o Bravum; OXum e lemanjá pedem o Aderê; lansã com o Aguerê ou simplesmente o Egó. Os agdavis são empregados no alujá, bravum e adarrum, este último, um toque especial para chamar os orixás quando demoram a baixar. É um ritmo sincopado, hipnotizante.
Os toques de atabaques variam também com os cânticos. Apenas o alujá não muda o ritmo e, com ele, entoam-se as três primeiras orações, acompanhando-se os outros cânticos na mesma festa, como uma variante. Na umbanda de predominância banto, não se toca o alujá, preferindo-se o barra-vento, que com ele se assemelha. O barra-vento é percutido sem os agdavis.
Atualmente, nos candomblés da Bahia, onde o atabaque é o mais importante instrumento, só encontramos os tipos já citados, sendo que o Lé, vai desaparecendo pouco a pouco das festas de terreiro. Cada tipo de atabaque tem o seu valor distinto, embora situem-se lado a lado no terreiro.
Enquanto o orixá maior não chega, tocam apenas o Contra-Run, o Rumpi e o Lé. Assim que ele desce, o Lé é retirado do terreiro, o Contra-Run passa a ser como Run e o Rumpí, como Lé. O Lé goza de muito privilegio no terreiro. Ele é percutido nos ensaios das filhas de santo, por possuir baixa sonoridade e não ser escutado a distância, evitando reclamações.
Já o Run é o instrumento nobre nos terreiros jeje-nagô, sendo tocado somente quando, seguindo a velha tradição, o orixá-maior chega. Está ainda presente na confirmação dos ogãs e das iaôs e nas entregas de dekás.
Conforme acima configuramos, os atabaques são instrumentos imprescindíveis dentro da ritualística de um XIRE DE ORIXÁS.
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